Uma das doenças mais comuns nos gatos adultos maturos e séniores é o hipertiroidismo, ou uma tiroide hiperativa. A tiroide é uma glândula situada no pescoço, à frente da traqueia. Controla a taxa metabólica, ou seja, a rapidez com que o corpo produz energia. Imagine-o como o termóstato do corpo, aumentando a temperatura quando necessário.

No hipertiroidismo, a tiroide acelera o metabolismo, apesar de o corpo do gato não necessitar de energia adicional. Utilizando a analogia do termóstato, é como se o termóstato aumentasse o aquecimento num dia de sol em julho!

Quando isto acontece, o corpo do seu gato entra em sobrecarga. Os sinais mais comuns são a inquietação, excesso de apetite, perda de peso apesar de estar sempre a comer e, em alguns casos, a agressividade. Os gatos com hipertiroidismo têm frequentemente um aspeto desleixado, com um pelo em más condições.

Uma alimentação de qualidade é importante para uma boa saúde ao longo da vida, mas é ainda mais importante quando se trata de gatos com hipertiroidismo. Isto porque:

 

  • Podem ter dificuldade em manter um peso saudável e em manter a massa muscular. Para obter o máximo de nutrição em cada refeição, o seu alimento tem de ser altamente digerível e elaborado com ingredientes de elevada qualidade.

  • São normalmente gatos mais velhos. Os gatos adultos maturos e séniores têm tendência a ter outros problemas de saúde, tais como doenças renais, pelo que a sua alimentação pode necessitar de níveis controlados de proteínas, minerais e outros nutrientes para acomodar esta situação. As proteínas do seu alimento devem também ter origem em fontes de elevada qualidade.

Assegure-se de que alimenta o seu gato com um alimento de elevada qualidade, completo e equilibrado adequado à sua etapa de vida. Se o seu gato também tiver outros problemas de saúde, o seu veterinário pode recomendar um alimento dietético para ajudar com outros problemas médicos. Tenha em conta que o seu gato com hipertiroidismo terá de comer uma maior quantidade de alimento e, quase de certeza, mais do que a indicada no guia de alimentação para o seu peso. Poderá ser possível alimentar livremente se o seu gato estiver sempre com apetite, mas a perder peso. Como alternativa, pode dar 4 a 6 refeições por dia para garantir que come o suficiente. Os alimentadores com temporizador são muito úteis para este efeito se estiver fora de casa durante longos períodos.

A alimentação como opção de tratamento do hipertiroidismo felino

Os gatos com uma glândula tiroide hiperativa correm o risco de sofrer de subnutrição, hipertensão arterial, lesões na retina e nos órgãos, como as doenças cardíacas, pelo que se deve tentar sempre controlar o problema. Existem várias opções de tratamento disponíveis, incluindo medicação, cirurgia, iodo radioativo e uma alimentação dietética especial — todas com os seus prós e contras.

Pode surpreender-se ao ver que a alimentação é uma opção de tratamento, mas existe uma alimentação dietética específica para controlar o hipertiroidismo. Para além de ser altamente digerível, completo e equilibrado, contém níveis reduzidos de iodo. A glândula tiroide necessita de iodo para funcionar, pelo que reduzir os níveis pode abrandar a produção excessiva da hormona da tiroide, resolvendo os sinais do seu gato após algumas semanas. No entanto, o alimento não corrige o problema subjacente da tiroide, pelo que o seu gato terá de continuar a comer o alimento durante toda a vida. O veterinário pode discutir consigo as opções existentes e ajudá-lo a escolher a melhor para o estilo de vida do seu gato, as suas outras condições médicas e a sua condição financeira.

Resumindo

Se o seu gato foi diagnosticado com hipertiroidismo, pergunte ao veterinário sobre as opções de tratamento e se o alimento que o seu gato consome atualmente é o ideal. Não se esqueça de aumentar as quantidades até que o seu peso esteja estabilizado e a tiroide controlada. Considere a alimentação como uma opção de tratamento e pergunte ao veterinário qual o alimento ideal, se achar que seria uma boa opção para o seu gato. Lembre-se, no entanto, que nunca deve mudar o alimento do seu gato sem falar primeiro com o veterinário.

Revisto pelo Dr. Hein Meyer, DVM, PhD, Dipl-ECVIM-CA

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